quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Arnaldo Jabor!!

A felicidade é a empada do “Bigode”!

Nossa visão de alegria é não ver o mal do mundo. No fim de ano todo mundo começa a falar: “Feliz natal, feliz ano novo!”. Mas, ser feliz, como? O sujeito passou o ano todo quebrando a cara, reclamando da mulher, batendo nos filhos, lutando contra o desemprego, sendo humilhado pelos patrões, e aí, chega o fim do ano e todo mundo diz: “Seja feliz!” E aí o sujeito tem de estampar um sorriso alvar no rosto, uma baba simpática, um olhar vazado de luz bondosa, faz uma arvorezinha de Natal com bolotas coloridas, mata um peru magro e pensa: “Sou feliz!” “O ano que vem vai melhorar!”
Felicidade muda com a época. Antigamente, a felicidade era uma missão, a conquista de algo maior que nos coroasse de louros, a felicidade demandava o “sacrifício”, a luta por cima de obstáculos. Felicidade se construía – por sabedoria ou esforço criávamos condições de paz e alegria em nossas vidas.
Hoje, felicidade é ser desejado. Felicidade é ser consumido, é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar um objeto de consumo. Hoje, confundimos nosso destino com o destino das coisas... Uma salsicha é feliz? Os peitos de silicone são felizes?A felicidade não é mais interna, contemplativa, não é a calma vivência do instante, ou a visão da beleza. A felicidade é ter um “bom funcionamento”. Marshall McLuhan falou que os meios de comunicação são extensões de nossos braços, olhos e ouvidos. Hoje ,inverteram-se. Nós é que somos extensões das coisas. Fulano é a extensão deum banco, sicrano comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador. Assim como a mulher deseja ser um objeto de consumo, como um eletrodoméstico, um “avião”, uma máquina peituda, bunduda. Claro que mulheres lindas nos despertam fantasias sacanas mas, em seguida, pensamos: “E depois? Vou ter de conversar...e aí?” Como conversar com um “avião” maravilhoso, mas idiota? (aliás, dizem que uma das vantagens do Viagra é que, esperando o efeito, os homens conversam com as mulheres sobre tudo, até topam “discutir a relação”).
Mas, o homem também quer ser “coisa”, só que mais ativa, como uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente e, mais que tudo, um grande pênis voador, pássaro superpotente, mas irresponsável, frívolo, que pousa e voa de novo, sem flacidez e sem angústias. Seu prazer é cumulativo, feito de apropriações indébitas, dando-lhe o glamour de uma eterna juventude que afasta a idéia de morte ou velhice.E eu não falo isso como crítica. Não. Eu tenho inveja, a verde, viscosa e sinistra inveja dessa ausência de angústia, dessa ignorância gargalhante que adivinho sob os seios de mulheres gostosérrimas ou nos peitos raspados de garotões lindos. Quero ser feliz, mas carrego comigo lentidões, traumas, conflitos. Sinto-me aquém dos felizes de hoje. Posso ter uma crise de depressão em meio a uma orgia, não tenho o dom da gargalhada frouxa, posso broxar no auge de uma bacanal. Fui educado por jesuítas e pai severo, para quem o riso era quase um pecado. O narcisismo de butique de hoje reprime dúvidas e tristezas óbvias. Eles têm medo do medo e praticam uma espécie de fobia eufórica, uma síndrome de pânico ao avesso: gargalhadas de pavor. E ainda atribuem uma estranha “profundidade” a esta superficialidade, porque, hoje, esse diletantismo tem o charme raso de ser uma sabedoria elegante e “pós-tudo”. Mas, falo, falo e não digo o essencial. Hoje, a felicidade é entrar num pavilhão de privilegiados. Eu queria não pensar, queria ser um imbecil completo sem angústias – (meus inimigos dirão: “Você tem tudo pra isso. Sou uma esponja que se deixa tocar por tudo, desde a crise da dívida pública até o muro da Cisjordânia. Lembro a personagem de Eça de Queiroz que dizia: “Como posso ser feliz se a Polônia sofre?”
Hoje, a felicidade está na relação direta com a capacidade de não ver, de negar, de “forcluir” como dizem os lacanianos. Felicidade é uma lista de negativas. Não ter câncer, não ler jornal, não olhar os meninos miseráveis no sinal, não ver cadáveres na tv, não ter coração. O mundo está tão sujo e terrível que a felicidade é se transformar num clone de si mesmo, num andróide sem sentimentos, sem esperança, sem futuro, só vivendo um presente longo, como uma “rave” sem fim. Pedem-me previsões para o ano que vem. Tudo pode acontecer. Quem imaginaria o 11 de Setembro?
Osama nos legou o fatalismo dos árabes. Daqui para frente, teremos de aprender com eles a dizer: “-Maktub!” – tudo estava escrito, nada nos surpreenderá mais. Só nos resta a orientalização, a religião evangélica louca ou a “objetificação” do consumo. Ou então, viver a felicidade das pequenas coisas. Outro dia, eu estava comendo uma empada de palmito na porta da Globo (na Kombi do “Bigode”, que faz as melhores empadas do mundo) quando, sem quê nem porquê, fui invadido por uma infinita ventura, uma felicidade que nunca tive. Durou uns minutos. Não sei a razão; acho que foi um protesto do corpo, um cansaço da depressão. Mas, logo depois, passou e voltei ao duro show da vida.Hoje felicidade é o brilho de um solitário que suga o prazer, sem conflitos, sem afetos profundos, mas sempre com um sorriso simpático e congelado, porque é mais “comercial” ser alegre do que o velho herói dos anos 60, que carregava a dor do mundo. O herói feliz acha que não precisa de ninguém, que todos devem se aprisionar em seu charme, mas ele é ninguém. Para o herói criado pela mídia, o mundo é um grande pudim a ser comido.
***
Brasília, 30 de Janeiro de 2008
Ahhh!! Ela... a felicidade...
O que será a felicidade??

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Pra começar...


Hoje decidi criar um blog inspirada na idéia de meu amigo Renato Patini. Minha proposta, porém, é um pouco diferente. Por meio dessa página na internet, desejo escrever pensamentos que aparecem na minha mente por conta de certas situações vividas. Algumas poderão ser engraçadas e outras desabafos. Confesso que esse é um blog um tanto quanto egoíta, pois nele quero escrever desabafos de forma abstrata e talvez só eu entenda!

É confuso. Mas é a Luana Polónia. Ela também é muito confusa!! Sejam bem vindos!


Brasília, 29 de Janeiro de 2008.


Hoje eu descobri uma coisa muito importante na minha vida. Descobri que você nunca estará 100% feliz... É! É verdade! Quando tudo parece está tomando seu devido lugar vem alguém ou alguma situação que destrói aquele momento de felicidade. Talvez esse seja nosso maior desafio. será que quando tudo estiver perfeito chega a hora de morrer? (Risos) Só pode ser!

Tá, temos que ter sempre um desafio pela frente. Mas quebrar a cara sempre com algo que você tanto respeita é muito chato. Dá vontade de desistir, jogar tudo pro alto... Mas quando se tem o mínimo de juízo na cabeça, pensamos se isso resolveria nossos problemas. Desistir não é algo digno de uma pessoa que diz lutar na vida. Como diz a mensagem, nós não devemos desistir nunca! Olha... eu quebro a cara, levo porrada, caio no chão, mas me levanto sempre com a cabeça erguida com a consciência de que o mundo dá voltas e que tudo um dia será tirado a limpo!

Eu desisti de pedir coisas as pessoas pelo meu bem estar. Isso não tem sentido. Elas devem fazer por livre e espontânea vontade! Num é perguntando pro seu companheiro se ele te ama que você vai se satisfazer. Um "eu te amo" sem ser esperado e com sinceridade é a melhor coisa que uma mulher pode ganhar na vida! E assim é nosso dia-a-dia! Não vamos esperar que os outros nos faça feliz! Nos façamos felizes! A partir do momento em que nossos corações estiverem satisfeitos com seus donos eles estarão dispostos a amar o próximo sem exigir nada em troca! Aí quem sabe você perceba que certas coisas não devem influênciar sua vida e você estará pronto para desfrutar 100% da felicidade sem que este seja o seu último dia.


Luana Polónia


***


Boa quarta!